quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Uma Rosa com Amor para o público



A grande beleza de Uma Rosa com Amor é a simplicidade. A trama de Tiago Santiago é realmente como uma rosa: delicada, sensível, colorida e capaz de levar a pessoa do riso à lágrima sem perder o encanto. O remake da obra clássica de Vicente Sesso conseguiu respeitar o “espírito” da criação original e, ao mesmo tempo, ser moderna e ter uma identidade própria. Resultado da eficiência de Tiago Santiago. Infelizmente a novela não teve a audiência esperada (e merecida), mas conquistou um público muito fiel e participativo, que se deliciou com a conturbada história de amor da humilde Serafina Rosa (Carla Marins) com o milionário francês Claude Antoine Geraldy (Cláudio Lins). Você sabe que impliquei bastante, nos primeiros capítulos, com o sotaque que Cláudio criou para seu personagem, mas ele conseguiu dosar os excessos e deu a credibilidade que Claude precisava.

Toni Garrido, Cláudio Lins, Renato Scarpin e Carla Marins, na novela "Uma Rosa com Amor", do SBT Foto: Lourival Ribeiro

Sua parceria com Carla também deu muito certo. Excelente atriz, ela soube como impedir que Serafina caísse no lugar-comum da mocinha romântica, que apenas sofre e não reage. A protagonista comeu o pão que o diabo amassou, mas não abaixou a cabeça para a arrogância da vilã Nara. Mônica Carvalho começou a novela meio caricata, mas – assim como Cláudio - acertou os ponteiros da megera.

Mônica Carvalho na novela "Uma Rosa com Amor", do SBT / Foto: Lourival Ribeiro

No elenco, destaque também para os veteranos Betty Faria, Edney Giovenazzi, Jussara Freire, Carlo Briani, Nilton Bicudo, Etty Fraser e Clarisse Abujamra.

Betty Faria e Edney Giovenazzi na novela "Uma Rosa com Amor", do SBT / Foto: Lourival Ribeiro

Adorei especialmente rever Lúcia Alves, um ícone da minha adolescência. Lúcia enfrentou uma intempérie durante a novela, mas superou os problemas e espero que ela não fique tanto tempo longe do ar novamente.

Toni Garrido na novela "Uma Rosa com Amor", do SBT / Foto: Lourival Ribeiro

Acho que vou arrumar alguma encrenca já que não entendi até agora por que Toni Garrido fez tanto sucesso como Frazão. Achei sua interpretação sem brilho e coloco o dublê de cantor, ator e apresentador entre os pontos negativos de Uma Rosa com Amor, junto com Luciana Vendramini e Maria Cláudia. Esta última, então, era a imagem da inexpressividade. Muito triste. Mas faço um afago nos competentes Rubens Caribe, Renato Scarpin, Joana Limaverde e Daniel Uemura.

Outra derrapada foi a desnecessária história do fantasma que revelou ao menino Joãozinho (João Pedro Carvalho) a existência de um tesouro escondido no cortiço. Totalmente desnecessário! A subtrama não ornou com todo o resto e, no fim, ficou parecendo uma novela dentro da novela. Sei que o autor queria deixar sua marca registrada – e o realismo fantástico é uma delas – na adaptação, mas não precisava. Ele já estava realizando um ótimo trabalho antes de apelar para essa bobagem! Mas Uma Rosa com Amor é motivo de orgulho para todos que participaram dessa simpaticíssima produção.

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