terça-feira, 3 de agosto de 2010

Globocópia, a gente se revê por aí

Chacrinha já dizia: na TV nada se cria, tudo se copia. O velho era um gênio, criou esse bordão em plena Rede Globo. Logo ela, que sempre se achou a primeira bolacha do pacotinho.
Neste domingo à noite, o Velho Guerreiro teria dado uma buzinada na orelha da Velha Senhora. Vocês querem bacalhau? Pois vejam só.
O programa semanal da Record, Domingo Espetacular, criou, há um ano, um quadro chamado “A Grande Reportagem“. Nada mais que uma matéria de fôlego para quem gosta de se aprofundar num assunto.
E não é que a Globo achou bacana? Teresinha! Uhu! Foi espetacular o que vi domingo dentro do Fantástico.
Às 22h54, de boca cheia, Patrícia Poeta chamou a “grande” atração do programa: “Veja agora na Grande Reportagem do Fantástico”.
Alô? Alô? Teresinha? Como assim? Meia hora antes, eu havia assistido na Record à mesma chamada. Igualzinha. Com vinheta e tudo.
Lá se foram no Fantástico 20 minutos de aborto ilegal. Vinte. É mesmo de matar. Fiquei confuso. Quem copia quem? Quando vi o Domingo Espetacular pela primeira vez quase me fizeram acreditar que a Record havia copiado a Globo.
Mas dessa vez não: foi mesmo a Globo que copiou. Na cara dura.
Alô! Alô, Teresinha! Roda! Roda!
Verdade seja dita: quando as outras emissoras copiam a Globo, são tachadas de incapazes, subprodutos, sem ética. Quando a situação se inverte, é uma lição de ousadia. Criatividade.
Alô! Alô, Teresinha! Um minuto pro comercial.
Faz tempo que reportagens do Fantástico não passam de cinco, seis minutos. Mais que isso seria um atentado ao tal padrão de qualidade. Jornalismo Tico e Teco. Bobagem o que pensa o telespectador.
Os sábios ficam olhando as outras emissoras de longe, com aquela cara de tédio. De vez em quando descem do pedestal e vão ver o que o povo está falando nas ruas. Voltam mais enfastiados ainda.
Mas são pagos pra isso. Mesmo que nunca admitam, o mundo não nasceu nos seus umbigos. O que é bem feito merece respeito. O que é bom a gente copia. Faz parte. Pode recopiar. Recopia, vai.
Também dou uma sugestão. Que tal rebatizarem o helicóptero da emissora? Globocópia não seria um nome mais bonitinho? E o slogan? A gente se revê por aqui!
Tem gente que veio para confundir. E não para explicar. O Velho Guerreiro daria boas risadas.
Por O Provocador – R7.com

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