sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AL: em debate com poucas propostas, Vilela e Lessa trocam ofensas

O primeiro e último debate entre os candidatos ao governo de Alagoas, no segundo turno, trouxe troca de acusações, adjetivos pesados e poucas propostas entre o governador e candidato a reeleição, Teotonio Vilela Filho (PSDB), e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). O confronto foi transmitido pela TV Gazeta, afiliada da Rede Globo.




O tema central foi a "Operação Navalha". No debate, Vilela não admitiu ter sido citado nas investigações da Polícia Federal (PF), que descobriu uma fraude em licitações, além de superfaturamento de obras, em 2007. As acusações vieram de Lessa, indiciado no superfaturamento das obras da Macrodrenagem do Tabuleiro dos Martins- parte alta da capital- em R$ 14 milhões. O indiciamento na PF foi esta semana.



"Olha a conversa dele. A 'Navalha' nasceu no Governo dele. Prestei uma declaração no STF. O senhor foi indiciado pela Polícia Federal. Quem escuta a gente quer saber do futuro e quer saber o que nós temos como proposta. Os meus quatro anos 'dá' nos seus oito. E vem com essa história, desviar, fugir do assunto", disse Vilela.



Na saída da TV Gazeta, para jornalistas, o governador recuou: "não sou réu na 'Operação Navalha'. Sou denunciado pelo Ministério Público Federal. Mas, fui lá (ao Supremo Tribunal Federal) esclarecer".



Pouco tempo depois, Lessa voltou a dizer: "ele (Vilela) negociou 20 cargos na Assembleia Legislativa para cada deputado suspender o processo (da Operação Navalha) contra ele. Ele é processado". O governador negou o favorecimento.



No debate, houve troca de acusações. Lessa chamou Vilela de "mentiroso", pessoa que usa "dinheiro sujo"; Vilela chamou Lessa de "autista", pessoa que vive "no mundo da lua", "hilário".



Lessa acusou Vilela de favorecer a usina Seresta, da família do governador, que deixou, segundo o ex-governador, de pagar um débito de R$ 24 milhões em contas de luz. A Cooperativa os Produtores de Açúcar e Álcool também foi citada por Lessa: "ela deve R$ 5 milhões da renegociação das dívidas que fiz com os usineiros. São três meses sem pagar".



Vilela negou o débito com os usineiros. Sobre a Seresta, falou de um débito negociado com a Justiça: "há 25 anos não dirijo a Seresta. Há um conflito na Justiça sobre o montante do débito. Não é débito que não quer ser pago".



Na guerra dos números- entre os dois lados- houve acusações sobre escolas fechadas, não construídas, pouca atenção a assistência social, números do Tesouro Estadual e sindicatos que estavam com Lessa e Teotonio.



Antes de ir embora, Lessa teve uma conversa com o senador Fernando Collor (PTB) no escritório dele, na emissora- Collor é dono da TV Gazeta. "O Collor gostou do debate", disse o ex-governador.



E continuou as acusações: "há 22 mil servidores recebendo menos que o salário mínimo. O Governo dele paga abono. Os usineiros se uniram contra mim e tentam comprar a eleição no Estado".

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