domingo, 25 de julho de 2010

Em 'Ribeirão do Tempo', Vitor Facchinetti resgata sua adolescência


Vitor Facchinetti analisa com maturidade o engajado adolescente André, papel que interpreta em Ribeirão do Tempo, da Record. Aos 25 anos de idade, sete a mais do que o seu personagem, o tímido ator baiano teve de resgatar sua adolescência para compor o jovem galã da trama de Marcílio Moraes. Ele buscou em seus 14 anos a principal referência para viver o estudante de 17 anos, um ativista político que mantém um romance escondido com a doce Sônia, interpretada por Louise D'Tuani. "Voltei àquela idade porque foi uma época em que eu agitava chapas do Grêmio na escola e fazia coisas parecidas com o André. Ele é um adolescente normal, que sente frio na barriga ao lado da menina que gosta", avaliou o ator, que diz não ter se preocupado com a diferença de idade. "Isso não me intimidou em nada. A fotografia é o que importa", garantiu.

Na novela, André é o único filho de Lincon, de Eduardo Lago, um ex-militante que foi preso na ditadura pelo delegado da cidade, o acomodado Ajuricaba, de Umberto Magnani. A rivalidade entre os dois, intensificada ao longo do tempo, faz com que André e Sônia, filha única do delegado, sejam obrigados a namorar escondido. "O personagem tem todo um perfil romântico, mas não é tão linear. Ele não é só Romeu. É um ativista com várias facetas", argumentou Vitor. Apesar de assumidamente tímido, o ator garante que não fica envergonhado nas muitas cenas românticas que grava ao lado de Louise, com quem faz aulas de dança para se sentir mais à vontade. "A química é uma combinação de técnicas. Nos aproximamos para ter uma liberdade maior em cena. As chances de dar certo são maiores", previu.

Ribeirão do Tempo marca a estreia de Vitor nas novelas, após três anos investindo na carreira de ator. Antes de ser aprovado nos testes para o folhetim da Record, ele foi contratado durante um ano e meio da Globo, onde fez parte da Oficina de Atores da emissora e participou da microssérie Capitu, trabalho que ele considera especial em sua carreira. "Capitu foi meu divisor de águas. Foi o diretor Luiz Fernando Carvalho que me deu referências e bases para seguir na carreira", elogiou o ator, que, após ter seu contrato encerrado com a Globo, saiu em busca de outras oportunidades. "Fui procurar trabalho, como todo ator. Saí da Bahia para o Rio de Janeiro só para investir nisso. Tenho de me sustentar", afirmou.

Além de se dedicar à atuação, Vitor também divide seu tempo com a faculdade de Psicologia, que cursa há dois anos. Criado em uma família de psicólogos e artistas, o ator diz se interessar por ambas as áreas. Mas descarta a possibilidade de trabalhar como psicólogo. "Não pretendo exercer a profissão. É só para me dar estofo intelectual e maturidade. Já a carreira de ator é uma certeza absoluta", assegurou o ator de olhos claros e traços finos, que é enfático ao dizer que não quer ficar marcado na TV pelo seu tipo físico. "Acabo associado a uma figura de herói romântico e não vou nadar contra isso porque é um trabalho. Mas não quero ser colocado em uma única linha. Não sei nem se o herói romântico é minha melhor faceta", avisou.
fonte;terra

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