segunda-feira, 9 de agosto de 2010

'Busão do Brasil' divide o País entre marombados e popozudas

Mistura que é bom. Nada contra um bom e velho filé com fritas, mas há chefs que sabem trocar a batata inglesa por outro tubérculo, a carne de boi por surubim e o tempero nem se fala. Ou seja, misturar as coisas é que faz a diferença. Por isso mesmo o Busão do Brasil, que a Band passou a apresentar na semana passada, pareceu tão sem graça. É mais do mesmo.

A começar pela quantidade de rapazes com cara de modelo e marombados e garotas charmosas ou popozudas. À primeira vista não há grandes diferenças entre eles, com exceção do número de tatuagens, esse símbolo de rebeldia e liberdade de pensamento que nove entre cada dez jovens ostentam.

Nesse sentido dá até para apostar um pouquinho no concorrente Tato, de São Bernardo do Campo, que defendeu os nerds e é meio barrigudinho. E mais ainda em Cadu, diretor de uma ONG voltada para crianças carentes, e que exibe chapéu de caubói, lenço estampado no pescoço, camisa listrada e cinto de couro lavrado. Medo.

Na estréia o ibope ficou mesmo nos 3 pontos com pico de 5. Muito pouco para quem vai dar R$ 1 milhão para o vencedor desse novo reality show, mais uma criação da produtora holandesa Endemol.

O que realmente vai fazer o Busão acelerar é a falta de espaço onde os 12 participantes terão de se apertar. São apenas 45 metros quadrados e 11 semanas de viagem pela frente. Quem já esteve confinado em ambiente fechados - não valem as mansões e latifúndios de BBB e de A Fazenda - sabe como isso pode ser estressante. Quatro dias depois de saírem de Fortaleza, já tinha gente implorando por um cigarro.

O programa deve esquentar nas próximas semanas, graças à presença de atores, atrizes, modelos e manequins entre os concorrentes, pelo menos um deles com atuação em filmes eróticos.

Afinal, muita gente bonita, vontade de aparecer e a promessa de uma montanha de dinheiro costuma levar as pessoas a fazer loucuras. Como o anunciante é de refrigerante, as coisas devem se manter no limite de velocidade. Mas, em um horário mais avançado, sem Lei Seca e aos som dos versos imortais do Sorriso Maroto - "Pra gente dereguêrerê pra gente laiáralaiá na cama" -, o Busão que se cuide.

Busão do Brasil - Segunda a quinta e sábado, às 20h50. Sexta, às 22h. Domingo, às 21h
Terra

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